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Por Antonia Beatriz Pires • Real Seguro Viagem em 08/11/24 às 13:19.

Tropeços em Ouro Preto: nossa experência Real

Ouro Preto é daqueles lugares que parecem carregar o tempo nas pedras das ruas, nas igrejas, no ar perfumado de café e doces típicos. Quem ama história, cultura e o calor de Minas Gerais já colocou essa cidade na lista de viagens. Eu e Rafa – meu namorado – planejamos essa aventura como quem busca não só um passeio, mas uma troca de histórias, cafés e momentos especiais. Estudando na UFV (Universidade Federal de Viçosa) há quase cinco anos, já conhecia Ouro Preto, mas ir com ele transformou tudo em uma nova descoberta.

Com a nossa mochila e o humor de quem quer se perder pelas esquinas, pegamos uma carona até Ouro Preto. Não há nada como um bom bate-papo na estrada para dar o tom da viagem. O motorista nos contou sobre os encantos da cidade e, claro, sobre as ladeiras que iríamos enfrentar – um aviso que, no final, foi mais útil do que imaginávamos!

Nossa chegada a Ouro Preto (imagem: Arquivo Pessoal)

Nossa experiência em Ouro Preto

Ouro Preto nos recebeu com uma chuva fina, teimosa, que insistia em acompanhar nosso passeio. Longe de ser incômodo, o clima parecia em perfeita harmonia com a cidade, como se fizesse parte do cenário histórico. Era um friozinho que pedia uma xícara de café quente e um bom lugar para observar as ruas antigas. Nosso primeiro destino foi o Beco das Flores.

Beco das Flores:

Descobrimos o Beco das Flores quase por acaso, uma cafeteria que parecia nos chamar com sua vista para a cidade e o cheiro de café fresco. Em um dia chuvoso, não resistimos ao clássico bolinho de chuva – uma espécie de homenagem ao clima e à ocasião. O sabor era puro aconchego, e a combinação com o café trouxe aquela sensação de abraço quentinho em uma tarde fria.

Admito, os preços me surpreenderam um pouco, mas como resistir à experiência? Estávamos ali, com uma vista linda, a chuva suave e aquele momento quase suspenso no tempo. Os bolinhos custaram caro, mas pareciam valer cada centavo. Ao terminar, só restou o pensamento: talvez o preço fosse alto justamente por ser um privilégio raro saborear um bolinho de chuva em um beco mineiro sob uma garoa persistente.

Ouro Preto nos ganhou pela barriga, também! (Imagem: Arquivo Pessoal)

Madá Cafeteria

Depois de caminhar pelas ladeiras e já com os pés cansados, encontramos o Madá Cafeteria. Para quem adora café – como eu – aquele foi um verdadeiro achado. O ambiente era acolhedor, com uma decoração charmosa que misturava rusticidade e toques de modernidade, como se fosse um cantinho de Minas adaptado para receber viajantes de todos os cantos.

No Madá, o café tinha sabor de verdade, e os acompanhamentos eram bem pensados, com aquele toque de cuidado que só as cafeterias artesanais parecem ter. E o preço? Justo, algo que fez a experiência ser ainda mais memorável. Foi ali, entre goles de café quente e conversas com Rafa sobre a simplicidade dos melhores momentos, que me vi encantada não apenas pelo lugar, mas pela cidade como um todo.

Sem dúvidas, a cafeteria Madá foi um dos nossos preferidos (Imagem: Arquivo Pessoal)

Restaurante Maria Farinha:

De tarde, a fome pediu algo mais substancial, e foi então que descobrimos o Maria Farinha. Esse restaurante trouxe um toque nordestino para o nosso passeio em Ouro Preto, como uma surpresa que não esperávamos, mas que encaixou perfeitamente na nossa jornada. Cada prato parecia ter sido feito com o coração, e o tempero – ah, o tempero! – era forte, acolhedor e cheio de personalidade.

Para mim e para Rafa, o Maria Farinha virou aquele tipo de lugar que a gente recomenda para todo mundo. Ouro Preto não era só uma cidade histórica; estava se tornando um lugar onde cada parada trazia uma memória nova, única e, de certo modo, nossa.

Marinha Farinha foi uma escolha do Rafa (Imagem: Arquivo Pessoal)

Show da Mart’nália ao vivo e a cores

Mas Ouro Preto não seria Ouro Preto sem seus encontros inesperados. Enquanto eu e Rafa passeávamos, tentando registrar a beleza da cidade em algumas fotos, uma senhora super simpática percebeu que éramos turistas e, sem hesitar, veio puxar conversa. Era o tipo de pessoa que exala hospitalidade, daquelas que fazem a gente se sentir em casa, mesmo estando longe. Ela nos contou, com brilho nos olhos, que a cantora Mart’nália se apresentaria ali mesmo, a convite do Sesc, e nos deu todas as informações – endereço, horário, tudo o que precisávamos. A empolgação foi a mil! Principalmente para o Rafa, que adora um bom forrozinho e é fã de samba no pé. Sabíamos que aquela noite ia ser especial.

Quando a hora chegou, seguimos o endereço, ansiosos. E lá estava ela, Mart’nália, em um palco ao ar livre, transformando o espaço em sua própria praça pessoal. Ela cantava como quem dança com o vento, e cada nota ecoava pelas pedras e casarões históricos ao redor, preenchendo o ambiente com uma mistura de melodia e história.

 Paramos, completamente hipnotizados. A energia dela era contagiante; sua alegria parecia se fundir ao próprio cenário de Ouro Preto, como se todo o lugar estivesse vibrando ao som do samba. Por um instante, sentimos que a cidade era só nossa – um pedaço de Minas embalado pelo ritmo da Mart’nália e os sorrisos de quem sabe aproveitar a vida.

Igrejas em Ouro Preto

Para os amantes de arquitetura, arte e cultura, essas igrejas são imperdíveis e uma das melhores maneiras de entender o legado do período colonial no Brasil. A entrada geralmente custa cerca de R$16 (inteira) e oferece meia entrada para estudantes, tornando a experiência acessível e enriquecedora.

Ouro Preto é repleta de igrejas que representam uma verdadeira aula de história e arte sacra. Para os amantes de arquitetura, arte e cultura, essas igrejas são imperdíveis e uma das melhores maneiras de entender o legado do período colonial no Brasil. A entrada geralmente custa cerca de R$16 (inteira) e oferece meia entrada para estudantes, tornando a experiência acessível e enriquecedora.

1. Igreja de São Francisco de Assis

A Igreja de São Francisco de Assis é uma das obras mais icônicas do estilo barroco brasileiro. Projetada pelo mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a igreja é um símbolo da genialidade artística do período colonial. A fachada, esculpida em pedra-sabão, é um dos detalhes mais impressionantes, mostrando cenas religiosas com um realismo e uma expressividade que desafiam o tempo.

Dentro, a decoração é igualmente majestosa. Os altares e o teto pintado por Manuel da Costa Ataíde retratam cenas sacras, com uma intensidade emocional que parece trazer vida à madeira e às pinturas. Visitar a Igreja de São Francisco é mergulhar na obra dos maiores artistas do Brasil colonial.

2. Igreja Nossa Senhora do Pilar

A Igreja Nossa Senhora do Pilar é um dos templos mais luxuosos de Ouro Preto. Decorada com aproximadamente 400 kg de ouro e prata, é uma das mais ricas da cidade em termos de ornamentação. Cada detalhe interior é um trabalho minucioso de talha dourada, que brilha intensamente ao toque da luz natural.

Além de sua beleza, a Igreja do Pilar é um dos maiores exemplos da arte barroca no Brasil, e sua grandiosidade deixa muitos visitantes sem fôlego. A experiência de visitar o Pilar vai além do visual, já que o ambiente é impregnado de uma atmosfera de serenidade e respeito, transmitindo uma sensação de reverência à história.

3. Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Situada em um ponto elevado da cidade, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo é outra joia arquitetônica de Aleijadinho e um exemplo requintado da transição do barroco para o rococó. A fachada é adornada com elementos esculpidos em pedra-sabão, uma característica marcante das obras de Aleijadinho.

O interior, com altares decorados em madeira dourada, possui pinturas sacras e esculturas que capturam expressões detalhadas e emotivas. Ao entrar, o visitante é recebido por um ambiente que parece suspenso no tempo, envolto em misticismo e beleza.

4. Igreja de Santa Efigênia

A Igreja de Santa Efigênia tem uma história fascinante. Construída pelos escravizados, com o apoio financeiro de Chico Rei – uma figura lendária em Ouro Preto –, essa igreja representa a força e a fé da comunidade africana. A arquitetura e a decoração refletem uma interpretação única do barroco, com detalhes que falam da resistência e da espiritualidade dos negros no período colonial.

Visitar a Igreja de Santa Efigênia é também uma homenagem a essa herança cultural. A simplicidade da decoração interior, combinada com o valor histórico e simbólico, faz desta igreja um dos pontos mais emocionantes de Ouro Preto.

5. Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia (Mercês de Cima)

A Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, também chamada Mercês de Cima, se destaca pela vista panorâmica da cidade. Localizada em uma das partes mais altas de Ouro Preto, sua posição proporciona uma visão impressionante das ladeiras e dos casarões coloniais.

Com uma fachada simples e harmoniosa, seu interior revela altares decorados com talha dourada e imagens de santos. A Mercês de Cima é ideal para quem busca momentos de contemplação e uma experiência mais tranquila, longe do movimento turístico.

As igrejas, sem dúvidas, é a beleza de Ouro Preto (Imagem: Arquivo Pessoal)

Vale a pena conhecer as Igrejas de Ouro Preto?

Definitivamente! Cada igreja é única e oferece um vislumbre de um período fundamental na história do Brasil. Além da beleza artística, a visita a essas igrejas permite um contato direto com o passado colonial e a genialidade de artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde. Com o ingresso a R$16 (com meia-entrada para estudantes), essas visitas são investimentos acessíveis e transformadores.

 Ao final da viagem, a sensação era de que havíamos ganhado mais do que esperávamos. A cidade nos acolheu com sua história, sua cultura e seus encantos. E ficou a vontade de voltar, para descobrir mais detalhes e criar novas memórias, porque Ouro Preto sempre tem algo mais a oferecer, seja na próxima esquina ou em um novo encontro inesperado.